Kevin Carter venceu o prémio Pulitzer em 1994 (O prémio de maior prestígio na área do jornalismo).
Em 1993 durante um período em que no Sudão ocorreu fome de proporções bíblicas este fotógrafo conseguiu esta fotografia que foi publicada no New York Times sob o título:
"O símbolo da fome e do horror em África"
A criança do sexo feminino, exausta, dirigia-se a um acampamento das Nações Unidas que se situava a cerca de 1 Km de distância. O abutre aproxima-se e a preparação deste enquadramento levou cerca de 20 minutos. Kevin ainda esperou que o animal abrisse as asas para que a fotografia fosse "perfeita". Depois disso afastou o animal e deixou a menina entregue à sua sorte, numa lento e penoso arrastar... (Justificaria mais tarde de que as instruções que tinha seriam as de nunca tocar nos famintos por motivos de contaminação de doenças)
Ninguém sabe o que sucedeu com a criança, incluindo o próprio fotógrafo.
14 Meses depois foi laureado com o ambicionado prémio. Apenas 4 semanas após a distinção Kevin Carter cometeu suicídio.
Na sua nota de suicídio pode ler-se:
"...a dor de viver ultrapassa a alegria ao ponto em que esta deixa de existir."
Depois da ascensão meteórica, do contrato de sonho com uma agência de prestígio, do deslumbramento da fama vieram o fracasso em alguns trabalhos, as dívidas e a morte do melhor amigo.
Olhando para a fotografia perguntem-se quem é o maior predador?
O abutre rege-se apenas por instintos...
O fotógrafo realizou o seu trabalho com uma imparcialidade absoluta!
O resto da humanidade vê o monstro no profissional e esquece a sua própria responsabilidade, ignorando deliberadamente a sua própria ignobilidade...
Somos todos responsáveis pela condição do nosso mundo!
Boa refeição...
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