segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Senhores da Guerra


Lá fora estão os senhores da guerra
E cantam já hinos de vitória
Qual é a historia desta terra?
É o medo, ali mesmo

Cá dentro estão os homens à espera
Unidos no destino da terra
Já não há memória de paz na terra
É o medo, ali mesmo

Ó terra, Mais um dia a nascer
Ai, é menos um dia a morrer
É tão pouca a gloria duma guerra
E os homens que as fazem sem vitórias
Já não há memória, de paz na terra
É o medo, ali mesmo

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Entre o sono e o sonho



Entre o sono e o sonho,
Entre mim e o que em mim me suponho,
Corre um rio sem fim.

Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.

Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre -
Esse rio sem fim.


Fernando Pessoa

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Tenho dó das estrelas



"Não haverá um cansaço
Das coisas,
De todas as coisas ,
Como das pernas ou de um braço?

Um cansaço de existir,
De ser,
Só de ser,
O ser triste brilhar ou sorrir...

Não haverá, enfim,
Para as coisas que são,
Não morte, mas sim
Uma outra espécie de fim,
Ou uma grande razão –
Qualquer coisa assim
Como um perdão?"

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Where do I take this pain of mine



Where do I take this pain of mine
I run but it stays right by my side

So tear me open and pour me out
There's things inside that scream and shout
And the pain still hates me
So hold me until it sleeps

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

por mim se vai até à eterna dor



"Por mim vai-se à cidade que é dolente,
por mim se vai até à eterna dor,
por mim se vai entre a perdida gente.
Moveu justiça o meu supremo autor:
divina potestade fez-me e tais
a suma sapiência, o primo amor.
Antes de mim não houve cousas mais
do que as eternas e eu eterna duro.
Deixai toda a esperança, vós que entrais"



Dante in "Divina Comédia"

domingo, 8 de janeiro de 2012

Estigma



Estigma

Filhos dum deus selvagem e secreto
E cobertos de lama, caminhamos
Por cidades,
Por nuvens
E desertos.
Ao vento semeamos o que os homens não querem.
Ao vento arremessamos as verdades que doem
E as palavras que ferem.
Da noite que nos gera, e nós amamos,
Só os astros trazemos.
A treva ficou onde
Todos guardamos a certeza oculta
Do que nós não dizemos,
Mas que somos.


Ary dos Santos

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Conduta etérea




Às vezes parece que por cada obstáculo que superamos um outro maior se ergue perante nós.

"Nada é Certo
Ninguém avança pela vida em linha recta. Muitas vezes, não paramos nas estações indicadas no horário. Por vezes, saímos dos trilhos. Por vezes, perdemo-nos, ou levantamos voo e desaparecemos como pó. As viagens mais incríveis fazem-se às vezes sem se sair do mesmo lugar. No espaço de alguns minutos, certos indivíduos vivem aquilo que um mortal comum levaria toda a sua vida a viver. Alguns gastam um sem número de vidas no decurso da sua estadia cá em baixo. Alguns crescem como cogumelos, enquanto outros ficam inelutávelmente para trás, atolados no caminho. Aquilo que, momento a momento, se passa na vida de um homem é para sempre insondável. É absolutamente impossível que alguém conte a história toda, por muito limitado que seja o fragmento da nossa vida que decidamos tratar."
Henry Miller, in "O Mundo do Sexo"

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012